terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Próximo passo: plantio das frutíferas da Mandalla

Pessoal, no próximo fim de semana vou plantar as mudas de dois círculos da Mandalla. Os berços (nada de cova, cova é pra defunto, a muda é um bebê!) estão prontos, adubados e a maioria das mudas que pretendo colocar já está aqui.
Convidei muitos amigos e amigas para participar desse momento especial da Armação, eles poderão escolher que planta apadrinhar ou amadrinhar, entre as existentes, ou trazer mudas entre as desejadas ou, ainda, trazer uma muda de uma planta que gostem muito.
Faremos um almoço e trocaremos boas energias!
A boa surpresa foi ver que, na área da Mandalla, temos belas árvores do cerrado. Eu as preservei, só fizemos uma capina leve, deixando o mato cobrindo a terra. Algumas já estavam mapeadas pelo Reinaldo, meu engenheiro florestal predileto, como os marmeleiros, os muricizeiros, pau doce, pau santo, bacuparizeiro e muitas outras. Vou postar as fotos.
Também já plantei as quinze bromélias lindas que adquiri junto à Universidade Federal de Viçosa. Aliás, vou colocar o link da UFV no blog, vale a pena visitar.
Por hojé é só, volto depois do plantio com as fotos.
Tânia

domingo, 25 de outubro de 2009

Um mês, cinco escorpiões e uma falsa coral depois, estou de casa nova











Oi, pessoal, faz um mês desde minha última postagem. Há três semanas já estou acampada aqui na Armação e ainda não conclui a mudança. Tenho trazido as coisas aos poucos mas mesmo assim consegui alguns dias de caos.




Posto hoje a foto do guarda-roupa que reciclei, para guardar meu material de velas, costura e ferramentas, além do material para bricolagem em geral - tintas, pincéis, lixas, etc. etc. A cômoda, mostro depois. Mas é incrível minha incapacidade de praticar a organização e o desapego. Embora tenha separado muitas coisas para doar, fico impressionada com a quantidade de tranqueiras das quais não abro mão. Tenho tido paciência comigo, enfim.



Coloco fotos do fogão de lenha e da cozinha, pra Claudinha, que está longe e acompanha a obra, sempre com seus comentários estimulantes, ver como estamos.




Bem, tivemos um ataque de escorpiões. Primeiro dia, um. Segundo dia, outro. Terceiro dia, três. Aí coloquei aqueles rodinhos de metal com borracha, horrorosos, nas portas e resolveu.




No domingo último, o Gilson, que trabalha comigo, deu de cara com uma cobra eletricista . Ela estava , segundo o Mauricio, meu pedreiro faz-tudo, tentando consertar o chuveiro dele. Enroladinha lá. Uma falsa coral, enorme. Infelizmente, foi morta. Eu entendo a reação, preferia que ela tivesse sido colocada no mato, mas não tive o que fazer.




Fora isso, é muita ralação para por as coisas em ordem. Trouxemos mudas da casa antiga, acerola produzindo, brasileirinhas, banana, samambaias, arecas, papiros que a Márcia Kumer me deu, e estamos torcendo para que sobrevivam. Até agora, tudo bem.




Estamos terminando as calhas porque pretendo captar água da chuva.


O poço continua problemático, a água vindo com ferrugem e barro. Inacreditável, foram 106 metros de profundidade, já tiramos tudo, limpamos e nada. O elemento filtrante entope com uma semana e está em falta na Leroy. Enfim, são os desafios de morar na roça. Compramos agua mineral para beber. A roupa, acho que agora só vou usar e comprar peças amarelas. Ou apelar para o cloro.




Em compensação, o fogão de lenha funciona, esquenta água do chuveiro do primeiro andar e da pia da cozinha. Da pia, não uso quase, acho desperdício de energia. E só dá um banho a cada duas horas, o boiler tem apenas 80 litros. Mas, funciona. Não vai dar para aquecer o ofurô, me conformei, vou ter que conseguir um aquecedor de hidro mesmo.


O aquecedor solar não funciona, comprei o modelo economico, com duas placas e sequer "quebra a frieza". Vou ver se é possivel adaptar mais duas placas, do ASBC. As da Belo Sol não estão mesmo servindo. Ainda bem que tem o apoio elétrico no banheiro do térreo.




Bem, é isso, deixo mais a foto da luminária de sobra de cano de esgoto, que fiz com a Dremmel.


Espero que gostem, eu adorei.

Só mais dois créditos: a toalha de crochê foi feita à mão pela bisavó do meu filho mais velho, há mais de 30 anos. E a mesa de granito, que aparece em parte junto ao guarda-roupa, me foi doada pelo Evaldo e Soraya. Ótima para meus artesanatos.




Inté.













quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A cabaça do Edir


Aí, Edir, veja uma das cabaças que você doou para a Armação. Virou luminária e está fazendo um sucesso danado! Para quem quiser saber: é só usar um molde vazado de acetato, desses que se usa em artesanato para stencil. Aí pega a furadeirinha multi uso da Dremel, com a broca mais fina e... haja paciência. Uma delícia!

No PVC - aproveite sobras de canos de esgoto - também fica muito legal.... é só comprar aqueles kits para lustres na Leroy Merlin e pronto... SUCESSO!

Tânia

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

















Bem, as novidades mais gostosas são essas: os pequizeiros estão floridos e logo colheremos tomates, abobrinha, mamão. As mudas de ipê amarelo que a Eldir conseguiu - depois publico os doadores, uma Radio e uma loja de plantas do Lago Norte - cresceram bastante, de forma irregular, mas sei que estarão ainda mais viçosas, com a chuva da primavera. Confesso que outro dia tive a impressão de que ia infartar, ao descobrir encanamentos de esgoto soltos nas paredes, sem ligação com as caixas sifonadas. Ainda bem que o vidraceiro percebeu e gritou - dona, corre aqui, tá saindo água pela janela do banheiro... Pensem... um banheiro já forrado, que você MANDOU testar. Como você não conferiu se testaram, faltou testar o esgoto da pia do lavabo, que tal? Era justo essa que não estava com a ligação feita. Meu conselho - esgoto? Teste você.
Agora, eu rio...Já que o meu caseiro e seu primo resolveram a questão, arrancaram o forro, cortaram o tijolo, puseram joelho, cano, ligaram na caixa sifonada. Saudades do Seu Souza, do Seu Moacir, mestres de obra daqueles que você dorme tranquila....

Depois de muitos percalços, que não vou publicar, porque fazem parte das obras, especialmente quando se decide construir sem projeto, seguindo um desenho pessoal, como foi o meu caso, estamos nos acabamentos mesmo. Até baguetes em meia esquadria eu me arrisquei a fazer, meu caseiro instalou luminárias, o primo dele instalou acabamentos da hidráulica... enfim, estamos nos virando.

É que, felizmente, a crise econômica internacional - eu diria até que foi financeira, o que é diferente - foi mesmo uma marolinha para o Brasil e mão de obra na construção civil é escassa. Se isso me traz problemas? Traz. Mas fico contente ao ver que as pessoas tem oferta de trabalho, enfim.

Na próxima postagem talvez eu coloque as fotos de detalhes da casa, com os créditos aos doadores de materiais, como o Edir, que me trouxe duas cabaças lindas - viraram luminárias dos quartos do andar superior. O Ricardo e a Beth me trouxeram lanternas japonesas da Liberdade, em Sampa. Viraram luminárias do lavabo e corredor dos quartos.
Assim vamos, com a generosidade dos amigos, visitas carinhosas e a colaboração de gente bacana.
Talvez eu escreva sobre o uso do tijolo de solocimento. É lindo, maravilhoso, mas exige uso de silicone para proteção contra a água. Caro. Perigoso. Um dia, eu conto essa história.
Vivendo e aprendendo. Hoje eu teria feito de outra forma, ou planejado um grande chapéu... Enfim, sou aprendiz. E vou fazer cob, hiper adobe, me aguardem.
Tânia



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Periquitos na paineira




Pois é, as chuvas chegaram antes da hora, o que foi ótimo para o cerrado, os pequizeiros já apontam seus botões, o bacupari começa a florir, os passarinhos estão em festa. Lá na armação, ao lado da janela da cabana da árvore, a paineira está alimentando os periquitos, que vão abrindo os frutos, degustando e liberando a paina... uma delícia.


Já meus tijolinhos ecológicos (solo-cimento) da casa estão sofrendo, porque ainda não receberam o silicone e o acabamento tá devagar demais, é uma trabalheira. Mas vale a pena fazer o que se sonha.


Deixo aí os periquitos e uma amostra dos tijolos na fachada onde voces vão ver as portas e janelinhas dos quartos. Precisei fazer os quartos no segundo andar, para aproveitar a vista do altiplano, que é belíssima, dá para o leste - portanto da cama vamos ver o sol nascer e, de lambuja, a lua. Por isso as sacadinhas, também, que ainda não receberam o guarda-corpo.


Bom fim de semana e feriado!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Notícias do cerrado







Oi, pessoal! Posto algumas fotos novas - a siriema arisca, a paineira frutificada, a vista do vale.



Estou chegando ao final da obra e já começo a pensar nos espaços seguintes a serem construídos, destinados a vivências e convivências.



Estou em dúvida se realmente vou implantar a Mandalla (http://www.agenciamandalla.org.br/) ou se parto para um sistema de agrofloresta. A dúvida reside no fato de que temo intervir no cerrado, introduzindo outras espécies, enquanto que na mandalla eu poderia fazer a intervenção apenas numa área de 2.500 metros.



Tenho pesquisado, lido, para formar opinião. A sua é bem vinda, também!



Uma boa semana a todos e todas.



segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lua da janela

E lá vem a lua de novo, faceira, nascendo nos altiplanos. Sempre me deslumbra e faz lembrar o luar do sertão nesse cerrado florido, perfumado, pleno de vida teimosa, desabrochando na terra seca. Cá, da cabana da árvore, posto a foto, meu registro desse momento que acabou de acontecer.
Estou totalmente envolvida com a Armação, faço coisas que jamais pensei conseguir - como usar uma micro retífica para furar, cortar, lixar coisas. Aprendi a costurar, depois de um ano olhando para a máquina de costura que comprei, como se ela fosse uma coisa do outro mundo. Aí a vontade de fazer umas toalhas e cobre comida para a casa nova me levou a pensar : se consigo operar um computador, fazer um blog, velas, dirigir um Jeep velho sem guia pelo Jalapão, ainda sei andar de bicicleta - o que tentei recentemente -, porque não vou conseguir aprender sozinha a usar uma máquina de costura que até vem com manual?
Levei uma hora para conseguir montar, colocar o retrós, enchê-lo, colocar a linha do jeito certo e uma semana para que a costura saisse reta. Mas estou orgulhosa, agora.
É isso, a Armação me faz retomar a vontade de aprender coisas novas. Superar limites da minha falta de coordenação motora notória. Ô vida boa.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A bruxa está solta




Pois é, pessoal. Quem já construiu sabe que a alegria dura até o telhado, porque aí as coisas começam a andar devagar. Toda obra é assim, só muda de endereço.


Enfim, aí vai a bruxa voando. É. Colocamos uma bruxa dos ventos no telhado. Sempre quis ter um galo dos ventos, mas numa casa feminina, com nome feminino - Armação dos Anjos - tinha que ter uma figura feminina. Anjo é o anjo. Portanto, ficou a bruxa.


Ela veio de caminhão, lá das Minas Gerais, do pessoal do http://www.ecofogão.com.br/. Que além de fogões ecológicos, com direito a economia de lenha e serpentina para esquentar água, vende artigos de ferro da Cubilo.


Outra boa notícia - o urucum realmente resistiu ao atropelamento.


Estou ansiosa para ver as fotos que minha amiga fotógrafa, a Beth, tirou lá... Devem estar muito melhores que as minhas!


Beijos a todos e todas


Tânia

domingo, 17 de maio de 2009

Vista geral


Aí vai a vista da casa de tijolos, como está hoje, dia 17 de maio. É a vista dos fundos. A janela é a da cozinha, no térreo. A porta acessa a área do fogao de lenha e do meu estúdio, oficina, atelier, sei lá o nome. Essa parte é integrada com a cozinha e tem um vidro enorme.

Além de elementos vazados, porque eu confio que o ecofogão de lenha não solta fumaça, mas mesmo assim.... alguma fumacinha deve pintar, né? Como são áreas integradas, pretendo colocar o mesmo piso da sala e cozinha. Que não sei ainda o que vai ser. Estou aguardando sugestões.

O que faço no lavabo?


Bom, aí está outra dúvida. O lavabo do térreo é, em verdade, o banheiro da mainha. Está com tamaenho que permite acesso a quem tem necessidades especiais, como os cadeirantes. Minha duvida é nos revestimentos. Pensei em lambril de madeira. Mas a parte molhada, eu não sei o que colocar, nem o piso.... Nem a área do espelho. As louças estão compradas, são brancas... AIAIAIAIAIAIAIAIAIA................. O lavabo fica à esquerda, a porta da direita é o quarto de mainha. De lá ela vai poder controlar tudo que acontece na casa, como uma boa matriarca. Quando nos formos, eu e ela, quem ficar com a casinha vai poder fazer um home teather, escritório, sei lá. Até lá, ela reina. :-)

Área do ofurô e box


Bem, eu acho que suíte é coisa de burguês. Não, não sou de esquerda radical. Mas considero um desperdício aquele monte de banheiros numa casa. Minha casa atual tem cinco banheiros. Na que estou contruindo, na Armação, resolvi racionalizar. Fiz um banheiro adaptado para necessidades especiais no terreo, que vai servir minha mãe - que ainda não precisa, mas tenho amigos e o futuro a Deus pertence - e faz as vezes de lavabo também. No superior, onde ficaremos eu e minha filha, fiz um lavado confortável , um box razoável separado, de 1,50x1,50, mais um lugar semi-aberto, onde pretendo colocar um ofurô, mas de fibra. Não quero me preocupar em manter um de madeira, que exige cuidados. Reservei uma boa área, com um vidro enorme, que permitirá ver a paisagem e o céu. Desisti do teto de vidro. De novo a dúvida no revestimento da área molhada. O berço do ofurô eu pretendo fazer com o tijolo de solocimento, mesmo e a borda em madeira (com DOF, com DOF). O aquecimento virá do ecofogão. Mas e o revestimento das paredes do box e do ofurô, eu estou em pânico. Não tenho a menor idéia do que vai ficar bacana. O branco que ilumina? Tons de terra que ficam harmoniosos com o tijolo à vista? Cores alegres? Ai, Jesus....

Cozinha da casa - quem quer palpitar?


Bom, chegou a hora de começar a pensar no acabamento dos ambientes da casa de tijolos da Armação. Estava decidida a usar o Tortosa Champagne da Buschinelli, piso claro, 40x40, que usei no meu quarto da casa antiga. Precisa ser claro porque a casa em tijolo escurece o ambiente. E esse piso tem bordas irregulares, o que acho um charme. Mas... não encontrei uma faixa que combinasse. Eu gostaria de colocar uma faixa na borda do ambiente todo e em volta da ilha do cooktop. SOCORRO! Alguem me sugira algo. Até pensei em fazer cimento queimado, junto com as bolachas das sobras que aroeira que já tenho. Mas escorrega quando molhado, exige juntas de dilatação e uma mão de obra esmerada. E o piso vai ser integrado com a sala, que é junto. Nessa foto você vê a cozinha a partir da sala, é um ambiente integrado, como eu disse.
Na janela, claro, fica a pia. À esquerda dela, a geladeira. A ilha vai me tomar um espaço grande, ainda mais que estou acostumada a uma mesa para dez pessoas.... aiaiaiaiaiiiiiiiiii

terça-feira, 5 de maio de 2009

Laranjinha em flor, urucum frutando....











Preciso confessar-me. Não aquelas confissões feitas na escuridão dos púlpitos, em inflexões envergonhadas, apenas para merecer a comunhão nas missas de domingo. É uma confissão pública. Estou absolutamente apaixonada pelo cerrado, suas jataís douradas que acarinham teus braços, as surpresas cotidianas e absolutamente efêmeras. Flores que se abrem e somem, de coloridos estranhamente belos. A neblina ao pé dos pequenos montes, que parece o mar espumante. A estrela d'Alva que assombra o despertar curto na madrugada, onde os olhos se abrem, espiam o céu escancarado pela vidraçaria da cabana e retornam ao sono, aconchegados pelo cobertor morno que abraça e amolece o corpo.




A cada vez que me arrisco nas trilhas apenas anunciadas, lá vem a beleza. Uma beleza que persiste no pé de urucum atropelado pelo motorista bêbado da madeireira e, apoiado pela varetinha, lança os frutos vermelhos, a provocar o lilás das flores vaidosas. Espero os frutos. Sei que virão.




Quero entranhar-me, confundir-me com essas folhagens ásperas, com essa teimosia em renascer das pedras, queimadas, sentir-me parte desse lugar que escolhi. Minha morada.




Não quero aqui fazer um quadro contemplativo, morto. Quero viver as horas do lugar. Descobrir que o vento também vem do norte. E muito. E não é quente. Que a chuva ultrapassa o oeste, se deita, inclina. Rodopia. Invade tudo. Na Armação, aprendo. Para ver-me assim, como eu sou. E como quero ser. Melhor. Condescendente. Difícil. Mas aprendo.








Deixo com vocês a laranjinha do cerrado em flor, o urucum teimoso, o campin florido e a vista noturna da cabana. Que Gonçalo, lá do Cristo Redentor, sentencia - filha, casa de madeira é barraco. E que barraco, amigo... cheio de estrelas!























domingo, 26 de abril de 2009

Casa da árvore







Hoje, choveu, choveu... a despedida do verão se transformou num poema de umidades, neblina e beija-flores, nos lados da Armação.



Hoje, um beija flor enorme entrou casinha adentro, fez seu vôo - vigoroso - de reconhecimento - e partiu. Era como dissesse - o espaço é meu. O rasante inesperado quase me jogou ao chão. Pena não ter conseguido registrar. Foi tudo rápido, como é o beija-flor.



Mas eu queria mesmo contar para vocês que a casinha da árvore já se transformou num lugarzinho gostoso, cheio de lembranças dos amigos e amigas que ganhei ao longo da vida. Das viagens. Coisas boas para essa minha meia idade que teima em se rechear de criancices.



Hoje cozinhei para mamãe e Amanda. Nós três, as gerações ali, vivas, juntas, felizes, foi bom. Meu fogãozinho elétrico deu conta do arroz com passas, creme de milho, strogonoff de gluten e frango grelhado. Além de uma saladinha com alface tirada na hora, recheada de manjericão, hortelã, cebolinha - fresquinhos.



Como é delicioso isso. Ter tempo para apreciar as coisas ditas pequenas, mas que fazem uma festa na alma da gente.



Muito bom esse dia e eu quis dividir com vocês.



Boa semana!



E vejam nas fotos: a mandala que Serginho e Edna me presentearam, bem no vidro onde vejo a estrela Dalva, na madrugada. O painel com um trecho do Guimarães Rosa, de minha viagem a Minas, em busca dos postes de aroeira da CEMIG - é das bordadeiras de Andrequicé, pertinho de Três Marias, vale a pena conhecer. É onde fica o museu do Manuelzão. Ou seria Manuelão? Ai e o Miguelim... E a carinha boa delas, depois do almoço... As alfaces e cebolinhas... delícia.






quarta-feira, 8 de abril de 2009

Aurora primeira, na Armação









Muitas auroras tive. Amo passar o café, vendo o dia amanhecer pela janela da cozinha. Nos últimos tempos, antes da aposentadoria, aproveitar o sono da manhã era prioritário, raras vezes levantei para ver o sol nascer.
Na Armação, desde que a casinha da árvore nos permitiu um pernoite, esta semana, a questão foi outra - nada de sol de manhã. Chuva. As águas de março não parecem fechar o verão. Parecem abri-lo. Este ano choveu muito pouco, desde setembro.
Ontem, o sol me acordou, invadiu a cabana e me chamou para abrir a janela e devorar o dourado da aurora. Delicioso.
Como podem ver pela fotografia, ainda havia andaimes, mas eu estava enlouquecida para pernoitar lá. E foi o que fizemos, por insistência de mainha. "Vamos ficar, minhar filha". E foi ótimo porque pude adiantar muitas coisas, que não consigo, nesse vai e volta de 80 km entre o Park Way e o Altiplano.
Agora não, consegui contratar o vidraceiro, além de um faz-tudo gente boa demais, apelidado de Mineiro, que me colocou água na pia da cozinha e do banheiro, pois meu mestre quebrou o pé e só conseguiu orientar a instalação da bacia sanitária. O ecoflush funciona. Três litros para o número 1 e seis litros para o número 2.... banho? Continuo tomando num chuveirinho de jardim ao ar livre. De biquini e com uma toalha impedindo olhares indiscretos.
Que delícia, me sinto meio criança, fazendo coisas que não preciso fazer e que podem parecer desconfortáveis e loucas, mas eu adoro.
Espero vocês por lá. Já podemos ver o noticiário na TV da namorada do filho, a Cris. Levei um micro ondas porque meu fogão elétrico novinho deu tilt. Meu único luxo por lá vai ser um Brastemp retrô amarelo. Adorei essa geladeirinha com cara de anos 60. Vou encarar 15 dias úteis de espera, se conseguirem cadastrar meu CEP. Até lá... acreditem... um Collemann com gelo comprado baratinho na venda do Seu Nonato vai resolvendo a questão fundamental - uma Itaipaiva bem gelada no fim do dia, depois de passar verniz no lambril, pendurar um Divino na sala, pastorear a Lua para não arranhar meu piso novinho.. aiaiaiai.
Gente, eu tô bem feliz. A Armação está inteirinha salpicada por um flor amarela, de uma arvoreta que não consegui identificar, mas ainda vou achar uma com placa, ah eu vou. Senão.... Reinaldo, meu engenheiro florestal predileto, vai precisar ajudar.
E vejam aí, mainha feliz da vida com um waffer (nesse dia ainda não tinha como cozinhar), lua morta de frio na caminha e eu... preparando um couve fresca (da horta do park way, por na Armação, as formigas andam ainda famintas, preciso de um acordo com elas, vou chegar lá!)
Mas o show fica mesmo por conta da aurora na janela! Não é?
INTÉ. APAREÇAM!