domingo, 17 de maio de 2009

Vista geral


Aí vai a vista da casa de tijolos, como está hoje, dia 17 de maio. É a vista dos fundos. A janela é a da cozinha, no térreo. A porta acessa a área do fogao de lenha e do meu estúdio, oficina, atelier, sei lá o nome. Essa parte é integrada com a cozinha e tem um vidro enorme.

Além de elementos vazados, porque eu confio que o ecofogão de lenha não solta fumaça, mas mesmo assim.... alguma fumacinha deve pintar, né? Como são áreas integradas, pretendo colocar o mesmo piso da sala e cozinha. Que não sei ainda o que vai ser. Estou aguardando sugestões.

O que faço no lavabo?


Bom, aí está outra dúvida. O lavabo do térreo é, em verdade, o banheiro da mainha. Está com tamaenho que permite acesso a quem tem necessidades especiais, como os cadeirantes. Minha duvida é nos revestimentos. Pensei em lambril de madeira. Mas a parte molhada, eu não sei o que colocar, nem o piso.... Nem a área do espelho. As louças estão compradas, são brancas... AIAIAIAIAIAIAIAIAIA................. O lavabo fica à esquerda, a porta da direita é o quarto de mainha. De lá ela vai poder controlar tudo que acontece na casa, como uma boa matriarca. Quando nos formos, eu e ela, quem ficar com a casinha vai poder fazer um home teather, escritório, sei lá. Até lá, ela reina. :-)

Área do ofurô e box


Bem, eu acho que suíte é coisa de burguês. Não, não sou de esquerda radical. Mas considero um desperdício aquele monte de banheiros numa casa. Minha casa atual tem cinco banheiros. Na que estou contruindo, na Armação, resolvi racionalizar. Fiz um banheiro adaptado para necessidades especiais no terreo, que vai servir minha mãe - que ainda não precisa, mas tenho amigos e o futuro a Deus pertence - e faz as vezes de lavabo também. No superior, onde ficaremos eu e minha filha, fiz um lavado confortável , um box razoável separado, de 1,50x1,50, mais um lugar semi-aberto, onde pretendo colocar um ofurô, mas de fibra. Não quero me preocupar em manter um de madeira, que exige cuidados. Reservei uma boa área, com um vidro enorme, que permitirá ver a paisagem e o céu. Desisti do teto de vidro. De novo a dúvida no revestimento da área molhada. O berço do ofurô eu pretendo fazer com o tijolo de solocimento, mesmo e a borda em madeira (com DOF, com DOF). O aquecimento virá do ecofogão. Mas e o revestimento das paredes do box e do ofurô, eu estou em pânico. Não tenho a menor idéia do que vai ficar bacana. O branco que ilumina? Tons de terra que ficam harmoniosos com o tijolo à vista? Cores alegres? Ai, Jesus....

Cozinha da casa - quem quer palpitar?


Bom, chegou a hora de começar a pensar no acabamento dos ambientes da casa de tijolos da Armação. Estava decidida a usar o Tortosa Champagne da Buschinelli, piso claro, 40x40, que usei no meu quarto da casa antiga. Precisa ser claro porque a casa em tijolo escurece o ambiente. E esse piso tem bordas irregulares, o que acho um charme. Mas... não encontrei uma faixa que combinasse. Eu gostaria de colocar uma faixa na borda do ambiente todo e em volta da ilha do cooktop. SOCORRO! Alguem me sugira algo. Até pensei em fazer cimento queimado, junto com as bolachas das sobras que aroeira que já tenho. Mas escorrega quando molhado, exige juntas de dilatação e uma mão de obra esmerada. E o piso vai ser integrado com a sala, que é junto. Nessa foto você vê a cozinha a partir da sala, é um ambiente integrado, como eu disse.
Na janela, claro, fica a pia. À esquerda dela, a geladeira. A ilha vai me tomar um espaço grande, ainda mais que estou acostumada a uma mesa para dez pessoas.... aiaiaiaiaiiiiiiiiii

terça-feira, 5 de maio de 2009

Laranjinha em flor, urucum frutando....











Preciso confessar-me. Não aquelas confissões feitas na escuridão dos púlpitos, em inflexões envergonhadas, apenas para merecer a comunhão nas missas de domingo. É uma confissão pública. Estou absolutamente apaixonada pelo cerrado, suas jataís douradas que acarinham teus braços, as surpresas cotidianas e absolutamente efêmeras. Flores que se abrem e somem, de coloridos estranhamente belos. A neblina ao pé dos pequenos montes, que parece o mar espumante. A estrela d'Alva que assombra o despertar curto na madrugada, onde os olhos se abrem, espiam o céu escancarado pela vidraçaria da cabana e retornam ao sono, aconchegados pelo cobertor morno que abraça e amolece o corpo.




A cada vez que me arrisco nas trilhas apenas anunciadas, lá vem a beleza. Uma beleza que persiste no pé de urucum atropelado pelo motorista bêbado da madeireira e, apoiado pela varetinha, lança os frutos vermelhos, a provocar o lilás das flores vaidosas. Espero os frutos. Sei que virão.




Quero entranhar-me, confundir-me com essas folhagens ásperas, com essa teimosia em renascer das pedras, queimadas, sentir-me parte desse lugar que escolhi. Minha morada.




Não quero aqui fazer um quadro contemplativo, morto. Quero viver as horas do lugar. Descobrir que o vento também vem do norte. E muito. E não é quente. Que a chuva ultrapassa o oeste, se deita, inclina. Rodopia. Invade tudo. Na Armação, aprendo. Para ver-me assim, como eu sou. E como quero ser. Melhor. Condescendente. Difícil. Mas aprendo.








Deixo com vocês a laranjinha do cerrado em flor, o urucum teimoso, o campin florido e a vista noturna da cabana. Que Gonçalo, lá do Cristo Redentor, sentencia - filha, casa de madeira é barraco. E que barraco, amigo... cheio de estrelas!