quarta-feira, 8 de abril de 2009

Aurora primeira, na Armação









Muitas auroras tive. Amo passar o café, vendo o dia amanhecer pela janela da cozinha. Nos últimos tempos, antes da aposentadoria, aproveitar o sono da manhã era prioritário, raras vezes levantei para ver o sol nascer.
Na Armação, desde que a casinha da árvore nos permitiu um pernoite, esta semana, a questão foi outra - nada de sol de manhã. Chuva. As águas de março não parecem fechar o verão. Parecem abri-lo. Este ano choveu muito pouco, desde setembro.
Ontem, o sol me acordou, invadiu a cabana e me chamou para abrir a janela e devorar o dourado da aurora. Delicioso.
Como podem ver pela fotografia, ainda havia andaimes, mas eu estava enlouquecida para pernoitar lá. E foi o que fizemos, por insistência de mainha. "Vamos ficar, minhar filha". E foi ótimo porque pude adiantar muitas coisas, que não consigo, nesse vai e volta de 80 km entre o Park Way e o Altiplano.
Agora não, consegui contratar o vidraceiro, além de um faz-tudo gente boa demais, apelidado de Mineiro, que me colocou água na pia da cozinha e do banheiro, pois meu mestre quebrou o pé e só conseguiu orientar a instalação da bacia sanitária. O ecoflush funciona. Três litros para o número 1 e seis litros para o número 2.... banho? Continuo tomando num chuveirinho de jardim ao ar livre. De biquini e com uma toalha impedindo olhares indiscretos.
Que delícia, me sinto meio criança, fazendo coisas que não preciso fazer e que podem parecer desconfortáveis e loucas, mas eu adoro.
Espero vocês por lá. Já podemos ver o noticiário na TV da namorada do filho, a Cris. Levei um micro ondas porque meu fogão elétrico novinho deu tilt. Meu único luxo por lá vai ser um Brastemp retrô amarelo. Adorei essa geladeirinha com cara de anos 60. Vou encarar 15 dias úteis de espera, se conseguirem cadastrar meu CEP. Até lá... acreditem... um Collemann com gelo comprado baratinho na venda do Seu Nonato vai resolvendo a questão fundamental - uma Itaipaiva bem gelada no fim do dia, depois de passar verniz no lambril, pendurar um Divino na sala, pastorear a Lua para não arranhar meu piso novinho.. aiaiaiai.
Gente, eu tô bem feliz. A Armação está inteirinha salpicada por um flor amarela, de uma arvoreta que não consegui identificar, mas ainda vou achar uma com placa, ah eu vou. Senão.... Reinaldo, meu engenheiro florestal predileto, vai precisar ajudar.
E vejam aí, mainha feliz da vida com um waffer (nesse dia ainda não tinha como cozinhar), lua morta de frio na caminha e eu... preparando um couve fresca (da horta do park way, por na Armação, as formigas andam ainda famintas, preciso de um acordo com elas, vou chegar lá!)
Mas o show fica mesmo por conta da aurora na janela! Não é?
INTÉ. APAREÇAM!



















2 comentários:

Simião disse...

Tânia
Parabéns por essa conquista. Curta bastante pois você merece. Preciso conhecer esse paraíso.
bjs
Simião

Lin disse...

Tão gostoso ler vc. Faz poesia por tudo. Muito bom!
bj