sábado, 28 de fevereiro de 2009

Paredes subindo, dúvidas algumas
















Vamos a mais um registro do andamento da obra. As paredes já estão chegando ao pé direito do térreo. Nem lembro se já expliquei, mas como o tijolo em solo-cimento é autoportante, resolvi fazer dois quartos em andar superior, o que reduz meus custos com fundação e consumo de concreto e ferro. O custo da laje é razoável e vou poder aproveitar melhor a vista, já que o terreno fica baixo, se considerarmos a região, que é, como o nome diz - Altiplano - alta e plana.

Não se trata de uma vista espetacular, mas é leve, acalma, há um horizonte limpo a sudeste.

A brisa é constante, mas a energia é bastante diferente da minha casa atual, onde ela atua de forma sutil, chegando a incomodar um pouco as pessoas mais densas. Se elas resistem, não suportam muito tempo, mas caso se entreguem, sentem uma paz gostosa. Na Armação, essa energia parece ter uma personalidade mais forte. Não tem escolha, ela parece te envolver de uma vez.


Talvez seja o fato de, há treze anos, quando vim para o Park Way, ter encontrado uma terra arrasada, a imobiliaria "limpou" o lote. Não havia um único vegetal a mais de 10 cm do chão. Só capim e em pequenas áreas. Plantei cada espécie que temos aqui hoje, além de algumas que surgiram ou rebrotaram, como a macaúba, o limão rosa, goiabeiras. No mais, plantei ipê, jacarandá, pau brasil, flamboyant, jasmins diversos, e todas as frutiferas imaginaveis - de lichia a maracujá, passando por caqui, jaboticaba, jambo, acerola, amora, além de uma cerca viva de pitangas, com cerca de 40 árvores. Não, não tenho apego e vou vender a casa, sim. Meu ciclo aqui se esgotou. Mas fica muito de mim, é a minha cara. Jeito Aquariano, meio zen, meio bangunçado, mas gostooooso. Nada normótico.
Já no Altiplano, o terreno ficou em paz algum tempo, adquiriu uma feição própria, daí, talvez, sua personalidade forte. Surgiram apenas espécies nativas, que são donas do espaço. Sou uma estranha que precisa ocupar o lugar com respeito. Esse pressentimento que tenho talvez seja infundado, mas é o que sinto. Percebo, na vibração energética do lugar. E gosto.

Voltando à Armação, tenho dúvidas se conseguirei fazer a mudança em abril. Começamos em 24 de janeiro e não fizemos um terço da obra, embora o mestre me garanta que termina. Sei que a parte complicada começa depois do telhado. Mas, enfim, não tem a quebradeira do tijolo furado, para passar as tubulações, vem tudo pelos furos do proprio tijolo de solo-cimento. Talvez ele esteja certo.

Estou atrapalhada com o telhado, a casa foi desenhada por mim, preciso de area para os coletores solares e não quero coberturas complicadas, talvez opte por duas águas mesmo e pronto.

Minha ansiedade é poder começar o paisagismo no entorno da área, onde mantive o máximo de espécies nativas, exceto em volta da construção, porque mudamos o local original, o que exigiu a retirada de algumas especies, mas todas comuns ali.

O terreno tem pouca capacidade de infiltração e o meu circulo de bananeiras virou um tanque de agua suja. Vou esperar a seca, para ver como se comporta, o que pode me levar a infiltrar a agua no terreno durante as chuvas e no estio manter a coleta da casa do caseiro no circulo. Pode ser por causa da obra, temos em média 7 homens lá, o que gera bastante água cinza.

A coleta de chuva também está me parecendo complexa. A caixa de 25mil litros foi destinada ao poço, porque é uma taça. Tenho outra de 5.000 litros e estou avaliando os custos para levantá-la a uma altura que me permita a armazenagem no verão, para uso não potável.

Também ainda não consegui um profissional para orientar a construção de barraginhas para colher a água da enxurrada que passa à esquerda do lote, no limite com meu vizinho. Já temos lá uma pequena - mas preocupante - voçoroca. Temo cavar sem orientação técnica e provocar erosão.

Ah, é um trabalho danado, mas vale a pena. Não me julgo de alma pequena.

Até a próxima!

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