quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Surpresas - boas, outras nem tanto
Oi, pessoal!
Nesses dez dias aconteceu de tudo. Ou, de um tudo, como diria uma mineira. Aliás, o texto de Drummond sobre o jeito de falar das mineiras é delicioso. Recebi de Cacá, lá das Geraes.
Mineira não sou, mas poderia ser. Ou já fui. Amo as montanhas de Minas, a comida, as estradinhas de terra... Tiradentes. Milho Verde. Três Marias.E, claro, a gente de Minas. Fora uns e outros, mas são minoria.
Mas, voltando à vaca fria, descobri porque se joga taco fora. A mão de obra de raspagem e resina é de, no mínimo, R$ 11,00. Vejam, não estou falando de limpar o piche, colocar o bendito taco. Só de dar acabamento. E um piso "ecológico", colocado, na L.Merlin está por menos de R$ 50. É, tem que ter muita vontade de reciclar pra encarar algumas coisas. Mas, se não der certo para o piso, tenho madeira para o eco fogão para um século.
Meu poço está praticamente pronto. Fiz. Não teve jeito. O córrego está contaminado, pelo laudo da CAESB. Vou reaproveitar toda a água, captar a da chuva, infiltrar a enxurrada, usar fossa ecológica. Mas não dá para arriscar. Eu sozinha, até me submeteria a esse risco, mas com minha mãe, filha, cadela, secretária, não vai dar para contar só com a água da chuva. Com o tempo, vou construindo os reservatórios, mas já sei que precisaria estocar uns 500 mil litros para suportar o periodo de estio, se considerarmos que se trata de uma chácara de vinte mil metros, com risco de queimada, mesmo com acero. E que a horta e as frutíferas vão precisar de rega e, mesmo que eu use micro-aspersão, isso exige uma reserva razoável.
Eu já tinha pensado nisso, na quantidade de água que consumimos, procuro ser racional em casa, aquelas coisas pequenas mas que nem todo mundo faz - manter a torneira fechada enquanto escovo os dentes, desligar o chuveiro para passar o shampoo, não usar a mangueira para varrer a calçada, etc. Mas estou estupefata com a quantidade de água que sei que vou precisar para ter uma vida confortável numa área tão grande. Fico imaginando aqueles pivôs da agricultura, ou mesmo o povo abrindo poço e ligando aspersor e bomba para molhar a grama... é preocupante.
Bom, a Armação já tem luz e endereço. O número é... 13.
Também já sou a nova associada da entidade de moradores. Gostei da energia do lugar.
Aliás, me apaixonei pelo vizinho de frente, um gaúcho gentilissimo e pela garota da associação, que simpatia.
Ele me cedeu água para a abertura do poço e ela me recebeu com abraços e sorrisos. Muito dez.
Agora, a maior doçura da semana foi ver a quantidade de flores que brotou em menos de 30 dias, no lugar em que abri a estradinha de acesso, com 5 metros de largura, por 100 de comprimento. É inacreditável que, sem chuva, o cerrado tenha feito esse milagre. Deu uma dor no coração ver os caminhões da perfuração do poço entrando e esmagando as pobrezinhas. Mas já sei que elas voltam e logo.
Deixo as fotos para vocês, em seguida.
Outra descoberta d-e-l-i-c-i-o-s-a: analisei a lista das espécies e árvores identificadas na área de intervenção (fora da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente) e vi que a Armação tem, nessa área de pouco mais de um hectare, 21 espécies cuja ocorrência varia entre 1 e 5 indivíduos por hectare, em áreas analisadas de 10 hectares. Quer dizer, das 60 espécies mapeadas nessa área, 21 são quase raras. De algumas, tenho apenas um exemplar, mas já é bacana. Difícil? Ah, comprem o livro 100 Árvores do Cerrado, que eu ganhei do meu engenheiro florestal predileto - o Reinaldo - e vocês vão saber tudinho. Eu fiquei o dia inteiro, hoje, escaneando e importando as informações para o word, para fazer fichas resumidas para pendurar nas árvores. Vai ser muito legal quem for na Armação poder identificar as plantinhas e saber para que servem.
Nossa, Barbatimão... quando eu era criança, via o povo vender garrafada com essa planta para mulheres fazerem banho de assento. Agora, olhando o nome cientifico e "Usos" da medicina popular, descubro - é adstringente, anti-inflamatória, cicatrizante, serve para uretrite, úlcera, etc. etc. Descobri, ainda, que tenho lá uma tal Caraíba, cujas folhas podem ser usadas para fazer mate. Meus amigos chegados na cuia vão ter que experimentar. E as flores são comestíveis... cascas e raízes servem para gripe, são expectorantes. E que tem um tal de Lapachol, nela, usado para tumores. Já pensei nos furúnculos duma criatura que conheço.
Bom, é isso. Estou entusiasmada. Todo dia tem coisa nova. Bom demais.
Bye
Tânia
Nesses dez dias aconteceu de tudo. Ou, de um tudo, como diria uma mineira. Aliás, o texto de Drummond sobre o jeito de falar das mineiras é delicioso. Recebi de Cacá, lá das Geraes.
Mineira não sou, mas poderia ser. Ou já fui. Amo as montanhas de Minas, a comida, as estradinhas de terra... Tiradentes. Milho Verde. Três Marias.E, claro, a gente de Minas. Fora uns e outros, mas são minoria.
Mas, voltando à vaca fria, descobri porque se joga taco fora. A mão de obra de raspagem e resina é de, no mínimo, R$ 11,00. Vejam, não estou falando de limpar o piche, colocar o bendito taco. Só de dar acabamento. E um piso "ecológico", colocado, na L.Merlin está por menos de R$ 50. É, tem que ter muita vontade de reciclar pra encarar algumas coisas. Mas, se não der certo para o piso, tenho madeira para o eco fogão para um século.
Meu poço está praticamente pronto. Fiz. Não teve jeito. O córrego está contaminado, pelo laudo da CAESB. Vou reaproveitar toda a água, captar a da chuva, infiltrar a enxurrada, usar fossa ecológica. Mas não dá para arriscar. Eu sozinha, até me submeteria a esse risco, mas com minha mãe, filha, cadela, secretária, não vai dar para contar só com a água da chuva. Com o tempo, vou construindo os reservatórios, mas já sei que precisaria estocar uns 500 mil litros para suportar o periodo de estio, se considerarmos que se trata de uma chácara de vinte mil metros, com risco de queimada, mesmo com acero. E que a horta e as frutíferas vão precisar de rega e, mesmo que eu use micro-aspersão, isso exige uma reserva razoável.
Eu já tinha pensado nisso, na quantidade de água que consumimos, procuro ser racional em casa, aquelas coisas pequenas mas que nem todo mundo faz - manter a torneira fechada enquanto escovo os dentes, desligar o chuveiro para passar o shampoo, não usar a mangueira para varrer a calçada, etc. Mas estou estupefata com a quantidade de água que sei que vou precisar para ter uma vida confortável numa área tão grande. Fico imaginando aqueles pivôs da agricultura, ou mesmo o povo abrindo poço e ligando aspersor e bomba para molhar a grama... é preocupante.
Bom, a Armação já tem luz e endereço. O número é... 13.
Também já sou a nova associada da entidade de moradores. Gostei da energia do lugar.
Aliás, me apaixonei pelo vizinho de frente, um gaúcho gentilissimo e pela garota da associação, que simpatia.
Ele me cedeu água para a abertura do poço e ela me recebeu com abraços e sorrisos. Muito dez.
Agora, a maior doçura da semana foi ver a quantidade de flores que brotou em menos de 30 dias, no lugar em que abri a estradinha de acesso, com 5 metros de largura, por 100 de comprimento. É inacreditável que, sem chuva, o cerrado tenha feito esse milagre. Deu uma dor no coração ver os caminhões da perfuração do poço entrando e esmagando as pobrezinhas. Mas já sei que elas voltam e logo.
Deixo as fotos para vocês, em seguida.
Outra descoberta d-e-l-i-c-i-o-s-a: analisei a lista das espécies e árvores identificadas na área de intervenção (fora da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente) e vi que a Armação tem, nessa área de pouco mais de um hectare, 21 espécies cuja ocorrência varia entre 1 e 5 indivíduos por hectare, em áreas analisadas de 10 hectares. Quer dizer, das 60 espécies mapeadas nessa área, 21 são quase raras. De algumas, tenho apenas um exemplar, mas já é bacana. Difícil? Ah, comprem o livro 100 Árvores do Cerrado, que eu ganhei do meu engenheiro florestal predileto - o Reinaldo - e vocês vão saber tudinho. Eu fiquei o dia inteiro, hoje, escaneando e importando as informações para o word, para fazer fichas resumidas para pendurar nas árvores. Vai ser muito legal quem for na Armação poder identificar as plantinhas e saber para que servem.
Nossa, Barbatimão... quando eu era criança, via o povo vender garrafada com essa planta para mulheres fazerem banho de assento. Agora, olhando o nome cientifico e "Usos" da medicina popular, descubro - é adstringente, anti-inflamatória, cicatrizante, serve para uretrite, úlcera, etc. etc. Descobri, ainda, que tenho lá uma tal Caraíba, cujas folhas podem ser usadas para fazer mate. Meus amigos chegados na cuia vão ter que experimentar. E as flores são comestíveis... cascas e raízes servem para gripe, são expectorantes. E que tem um tal de Lapachol, nela, usado para tumores. Já pensei nos furúnculos duma criatura que conheço.
Bom, é isso. Estou entusiasmada. Todo dia tem coisa nova. Bom demais.
Bye
Tânia
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Continuando a garimpagem
Oi, pessoal! A garimpagem de tacos de PEROBA, feita nas caminhadas matinais da Vanilza pela Asa Norte, resultou, eu acho, nuns 40 metros quadrados de tacos. Tivemos a ajuda de um catador, o Dunga, que mora ali atrás da Casa do Ceará, com a mulher. Também da minha filha, Amanda, e do namorado, o Adolpho. Depois publico as fotos.
Enchemos o Palio dela e o meu Jeep velho. Trouxe tudo para minha casa atual e cobri com uma lona. Como sempre tenho thinner, aguarraz, essas coisas, resolvi colocar o lado de baixo dos tacos de molho e funciona. É só raspar com uma faca e sai a sujeirada. Só que aí também ficou claro que 90% do tacos tem pequenas rachaduras, não sei se sairão com a lixa, depois. Vou experimentar, para não ter decepções grandes. A pequena, tive.
E também não sei como vou descartar as sobras de thinner. Ainda.
Vanilza - de novo, ela - me ligou e disse que um bloco do final da Asa Norte está descartando uma imensidão de bloquetes. Vamos ver se a empresa de retirada de entulhos entrega grátis - ou mediante uma pequena taxa, né? - lá no Altiplano, afinal, eles tem que levar pra Estrutural, mesmo.
Posso fazer as calçadas com eles e talvez até o contrapiso, com a vantagem, no caso das calçadas, que eles permitem a drenagem da água. Aí preciso considerar o reforço da impermeabilização da base. Para a entrada da chacára, não sei se vale a pena, afinal, são três km de terra. Que sentido faz calçar o acesso, como bem lembrou meu filho!? Talvez para diminuir a poeira. Aí também, se os vizinhos se interessarem e a quantidade for suficiente, pode ser que dê para calçar a ruela, reduz a sujeira em casa, que será fatal na época da seca.
Quanto à aroeira, escrevi pra Cemig e pedi para aguardar, talvez seja melhor cortar as madeiras lá mesmo com uma motosserra registrada e contratar um caminhão menor.
No mais, o engenheiro florestal me autorizou a divulgar o nome e email dele: Reinaldo, 'reinaldojr78@gmail.com'
Até eu encontrar uma forma de colocar os colaboradores e fornecedores no Blog, fica por aqui.
Um bom fim de semana a todos e todas
Inté
Tânia
Enchemos o Palio dela e o meu Jeep velho. Trouxe tudo para minha casa atual e cobri com uma lona. Como sempre tenho thinner, aguarraz, essas coisas, resolvi colocar o lado de baixo dos tacos de molho e funciona. É só raspar com uma faca e sai a sujeirada. Só que aí também ficou claro que 90% do tacos tem pequenas rachaduras, não sei se sairão com a lixa, depois. Vou experimentar, para não ter decepções grandes. A pequena, tive.
E também não sei como vou descartar as sobras de thinner. Ainda.
Vanilza - de novo, ela - me ligou e disse que um bloco do final da Asa Norte está descartando uma imensidão de bloquetes. Vamos ver se a empresa de retirada de entulhos entrega grátis - ou mediante uma pequena taxa, né? - lá no Altiplano, afinal, eles tem que levar pra Estrutural, mesmo.
Posso fazer as calçadas com eles e talvez até o contrapiso, com a vantagem, no caso das calçadas, que eles permitem a drenagem da água. Aí preciso considerar o reforço da impermeabilização da base. Para a entrada da chacára, não sei se vale a pena, afinal, são três km de terra. Que sentido faz calçar o acesso, como bem lembrou meu filho!? Talvez para diminuir a poeira. Aí também, se os vizinhos se interessarem e a quantidade for suficiente, pode ser que dê para calçar a ruela, reduz a sujeira em casa, que será fatal na época da seca.
Quanto à aroeira, escrevi pra Cemig e pedi para aguardar, talvez seja melhor cortar as madeiras lá mesmo com uma motosserra registrada e contratar um caminhão menor.
No mais, o engenheiro florestal me autorizou a divulgar o nome e email dele: Reinaldo, 'reinaldojr78@gmail.com'
Até eu encontrar uma forma de colocar os colaboradores e fornecedores no Blog, fica por aqui.
Um bom fim de semana a todos e todas
Inté
Tânia
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Moradia Sustentável - começando uma experiência
Pensei bastante antes de decidir fazer um blog. Mas me move o desejo de compartilhar a experiência de construir uma nova moradia, buscando a sustentabilidade. Sustentabilidade quer dizer que a habitação deve ser construída com o menor impacto ambiental negativo possível, tanto no processo de edificação, quanto na manutenção. O que vai exigir uso de energia alternativa, como energia solar e éolica, reuso da água, captação e armazenamento da chuva, tratamento de residuos, uso de fossa ecológica - que devolve a água com mais de 90% de pureza -, separação do lixo não orgânico e aproveitamento dos restos que possam ser compostados (orgânicos). Igualmente é preciso considerar o aspecto social e a mão de obra precisará ser protegida quanto aos seus direitos legais. E também é importante pensar na questão financeira, para evitar endividamento.
Não é uma coisa fácil. Desde a escolha do terreno, tudo foi complicado. Primeiro, encontrar um lote legalizado, com registro no cartório, evitando contribuir para o uso desordenado do solo, um mal que assola Brasília nas duas últimas décadas. O projeto inicial, que era fazer uma ecovila, esbarrou na mudança da legislação, uma vez que a Corregedoria do DF proibiu, em novembro de 2007, os cartórios de escriturar área rural até 2 hectares - como é o caso da Armação - em nome de mais de uma pessoa. Éramos três amigas sonhando com uma ecovila, com habitações sustentáveis, preservação do cerrado, agrofloresta. Portanto, depois de 15 longos meses entre idas ao IBRAM para averbação da Reserva Legal e da Área de Preservação Ambiental, mudança da cerca porque o vizinho estava com a sua deslocada no nosso terreno em cerca de 2.000m2 e idas e vindas ao cartório, acabei adquirindo o lote sozinha. Isso impactou meus custos, pois triplicou o valor de aquisição. Mas eu não quis desistir e assinei a escritura finalmente em setembro de 2008. O sinal foi pago em maio de 2007, ao vendedor. Aliás, uma pessoa muito gentil, íntegra e a finalização da compra se deu de maneira honesta, tranquila.
Durante esse ano, fizemos alguns pequenos investimentos, embora ainda não tivessemos a posse, com a concordância do dono. Se não chegasse a bom termo, paciência. Além do acero, na seca de 2007, que foi feita pelo Raimundo, que é caseiro do Seu Bonifácio, vizinho de frente da chácara e pega serviços extras com o aval do patrão, resolvemos fazer o inventário florestal da área de intervenção. Sabemos que o normal é chamar o trator e "limpar" o terreno, respeitando apenas a RL e a APP. Mas não queriamos isso. O cerrado estava ali, belissimo, com seus pequizeiros, jatobás, sucupiras. Para o inventário, contamos com a parceria do Reinaldo, amigo da familia, que chamou mais um engenheiro florestal e, em cinco visitas, mapeou, na área de intervenção, 60 espécies relevantes e identificou, com plaquetas, 300 indivíduos dessas espécies.
A dupla nos cobrou um valor bem abaixo do mercado. Foi nosso segundo investimento e pretendo futuramente expor os nomes populares dessas árvores e seus usos medicinais, para quem visitar a Armação conhecer a riqueza do nosso cerrado e, quem sabe, se precisar, coletar material para um chazinho, uma tintura, uma compressa. Pretendo montar uma mini farmácia natural, para socorrer os amigos e amigas, a família, os colaboradores. Claro que vou precisar estudar um tanto.
Bem, assinada a escritura, chegou a hora de fazer o projeto de ocupação do espaço, o que está a cargo de meu filho, Leonardo, que é arquiteto, tem conhecimento em Bio Construção e Permacultura e defende a sustentabilidade com aquele jeito sereno dele, pragmático. Como não teremos mais a ecovila, onde pensamos em um espaço de convivência agradável, amplo, agora precisamos adaptar nosso sonho à realidade - uma casa pequena, de 150m2 no máximo, mais um espaço de convivência onde possamos reunir os amigos, receber pessoas que queiram conhecer o projeto, abrir talvez as portas para profissionais da área que queiram dar palestras e cursos, enfim, vamos trabalhar com o pouco recurso que sobrou depois da compra do terreno.
Estou agora em meio a uma encruzilhada - já fiz duas excursões a Minas, para buscar materiais de demolição mas os custos são altos. Insisti na questão dos pilares a partir de postes de aroeira e hoje um funcionário da CEMIG - pessoal muito atencioso, lá - me ligou dizendo que conseguiu selecionar uns 30 postes de 10 metros de aroeira. O preco por metro é barato, mas o frete será caro. Talvez eu tenha errado, nessa escolha. Além do impacto do transporte até aqui, financeiro e ambiental, creio que eu vá ter que alugar um caminhao munck ou um guindaste para descarregar a madeira. E não sei se a carreta conseguira manobrar, vou ter que falar com o motorista antes. Mas não estou disposta a voltar atrás agora, tiveram trabalho, eu me comprometi. Ir até lá para conferir ou enviar alguém, acho que será mais um custo. Vou arriscar. E rezar, ás vezes ajuda, embora que não goste de ocupar Deus com minhas pequenas encrencas cotidianas.
Esta semana, estou na fase de ligar a luz no lote. Um mestre de obra local pegou a empreita e o eletricista já foi lá no domingo, dia 05 de outubro, para iniciar a colocação da tubulação subterrânea. Muito simpático, o Seu Francisco.
Vou disponibilizar uma planilha com os custos desses investimentos, para subsidiar pessoas interessadas. O nome e fone dos profissionais, por enquanto não vou colocar, preciso que me autorizem a isso. Mas vou informar as lojas onde comprei, após pesquisar. Mas até isso é complexo, porque nunca você vai encontrar todos os mesmos itens/marcas. Pelo menos no material elétrico, no final, a diferença entre os fornecedores não é expressiva. Acabei optando pela Sucuri, em Taguatinga, porque é uma loja especialista em elétrica, foram gentis e não me cobraram frete, levando o material direto para a casa do Seu Francisco. Mas enviei e-mail para cotação para umas 5 lojas, antes de decidir.
O que estou achando interessante é visitar ferro velho. E estou garimpando tacos usados para fazer o piso dos quartos; já consegui, com ajuda da minha amiga Vanilza, uns 15 metros quadrados. Grátis. Com a ajuda da Vanilza, vírgula. Ela é quem conseguiu, na verdade.
Aos poucos vou fazer o registro completo, as planilhas, vou contar tudo! Por enquanto, fiquem com algumas imagens. Para começar, do lote, visto pelo Google. Ainda não aparece a estradinha que fiz, no meio do terreno, preservando praticamente todas as árvores. Foi necessário remover apenas três pequenos individuos, mas tenho outros da mesma espécie e vou replantar. Mas dá para perceber o quanto o terreno está preservado, não é mesmo?
Aliás, vale registrar que pretendo usar ao máximo especies nativas, só vou introduzir aquelas indispensáveis ao dia a dia, como limão, acerola, maracujá, uns dois pés de manga, enfim, mas pretendo fazê-lo numa Mandala. E vou colocar os links, depois, para o projeto da Agencia Mandalla, é muito bonito, chega a emocionar a gente. Também do IDER, do Ceará, que tem um projeto maravilhoso de fogão a lenha ecológico. Do Ecofogão, em Minas, que já faz um com serpentina para aquecer água e cujo consumo de madeira é de 2kg por hora apenas, com uma boca pequena, possibilitando que v. use aparas de poda, sobras de obra. E claro, uso racional e plantio para zerar sua emissão de gás carbônico têm que estar na sua agenda. E não poderão faltar os links para os sites do pessoal da Permacultura, aqui da região.
Até a próxima
Tânia Aguiar
Não é uma coisa fácil. Desde a escolha do terreno, tudo foi complicado. Primeiro, encontrar um lote legalizado, com registro no cartório, evitando contribuir para o uso desordenado do solo, um mal que assola Brasília nas duas últimas décadas. O projeto inicial, que era fazer uma ecovila, esbarrou na mudança da legislação, uma vez que a Corregedoria do DF proibiu, em novembro de 2007, os cartórios de escriturar área rural até 2 hectares - como é o caso da Armação - em nome de mais de uma pessoa. Éramos três amigas sonhando com uma ecovila, com habitações sustentáveis, preservação do cerrado, agrofloresta. Portanto, depois de 15 longos meses entre idas ao IBRAM para averbação da Reserva Legal e da Área de Preservação Ambiental, mudança da cerca porque o vizinho estava com a sua deslocada no nosso terreno em cerca de 2.000m2 e idas e vindas ao cartório, acabei adquirindo o lote sozinha. Isso impactou meus custos, pois triplicou o valor de aquisição. Mas eu não quis desistir e assinei a escritura finalmente em setembro de 2008. O sinal foi pago em maio de 2007, ao vendedor. Aliás, uma pessoa muito gentil, íntegra e a finalização da compra se deu de maneira honesta, tranquila.
Durante esse ano, fizemos alguns pequenos investimentos, embora ainda não tivessemos a posse, com a concordância do dono. Se não chegasse a bom termo, paciência. Além do acero, na seca de 2007, que foi feita pelo Raimundo, que é caseiro do Seu Bonifácio, vizinho de frente da chácara e pega serviços extras com o aval do patrão, resolvemos fazer o inventário florestal da área de intervenção. Sabemos que o normal é chamar o trator e "limpar" o terreno, respeitando apenas a RL e a APP. Mas não queriamos isso. O cerrado estava ali, belissimo, com seus pequizeiros, jatobás, sucupiras. Para o inventário, contamos com a parceria do Reinaldo, amigo da familia, que chamou mais um engenheiro florestal e, em cinco visitas, mapeou, na área de intervenção, 60 espécies relevantes e identificou, com plaquetas, 300 indivíduos dessas espécies.
A dupla nos cobrou um valor bem abaixo do mercado. Foi nosso segundo investimento e pretendo futuramente expor os nomes populares dessas árvores e seus usos medicinais, para quem visitar a Armação conhecer a riqueza do nosso cerrado e, quem sabe, se precisar, coletar material para um chazinho, uma tintura, uma compressa. Pretendo montar uma mini farmácia natural, para socorrer os amigos e amigas, a família, os colaboradores. Claro que vou precisar estudar um tanto.
Bem, assinada a escritura, chegou a hora de fazer o projeto de ocupação do espaço, o que está a cargo de meu filho, Leonardo, que é arquiteto, tem conhecimento em Bio Construção e Permacultura e defende a sustentabilidade com aquele jeito sereno dele, pragmático. Como não teremos mais a ecovila, onde pensamos em um espaço de convivência agradável, amplo, agora precisamos adaptar nosso sonho à realidade - uma casa pequena, de 150m2 no máximo, mais um espaço de convivência onde possamos reunir os amigos, receber pessoas que queiram conhecer o projeto, abrir talvez as portas para profissionais da área que queiram dar palestras e cursos, enfim, vamos trabalhar com o pouco recurso que sobrou depois da compra do terreno.
Estou agora em meio a uma encruzilhada - já fiz duas excursões a Minas, para buscar materiais de demolição mas os custos são altos. Insisti na questão dos pilares a partir de postes de aroeira e hoje um funcionário da CEMIG - pessoal muito atencioso, lá - me ligou dizendo que conseguiu selecionar uns 30 postes de 10 metros de aroeira. O preco por metro é barato, mas o frete será caro. Talvez eu tenha errado, nessa escolha. Além do impacto do transporte até aqui, financeiro e ambiental, creio que eu vá ter que alugar um caminhao munck ou um guindaste para descarregar a madeira. E não sei se a carreta conseguira manobrar, vou ter que falar com o motorista antes. Mas não estou disposta a voltar atrás agora, tiveram trabalho, eu me comprometi. Ir até lá para conferir ou enviar alguém, acho que será mais um custo. Vou arriscar. E rezar, ás vezes ajuda, embora que não goste de ocupar Deus com minhas pequenas encrencas cotidianas.
Esta semana, estou na fase de ligar a luz no lote. Um mestre de obra local pegou a empreita e o eletricista já foi lá no domingo, dia 05 de outubro, para iniciar a colocação da tubulação subterrânea. Muito simpático, o Seu Francisco.
Vou disponibilizar uma planilha com os custos desses investimentos, para subsidiar pessoas interessadas. O nome e fone dos profissionais, por enquanto não vou colocar, preciso que me autorizem a isso. Mas vou informar as lojas onde comprei, após pesquisar. Mas até isso é complexo, porque nunca você vai encontrar todos os mesmos itens/marcas. Pelo menos no material elétrico, no final, a diferença entre os fornecedores não é expressiva. Acabei optando pela Sucuri, em Taguatinga, porque é uma loja especialista em elétrica, foram gentis e não me cobraram frete, levando o material direto para a casa do Seu Francisco. Mas enviei e-mail para cotação para umas 5 lojas, antes de decidir.
O que estou achando interessante é visitar ferro velho. E estou garimpando tacos usados para fazer o piso dos quartos; já consegui, com ajuda da minha amiga Vanilza, uns 15 metros quadrados. Grátis. Com a ajuda da Vanilza, vírgula. Ela é quem conseguiu, na verdade.
Aos poucos vou fazer o registro completo, as planilhas, vou contar tudo! Por enquanto, fiquem com algumas imagens. Para começar, do lote, visto pelo Google. Ainda não aparece a estradinha que fiz, no meio do terreno, preservando praticamente todas as árvores. Foi necessário remover apenas três pequenos individuos, mas tenho outros da mesma espécie e vou replantar. Mas dá para perceber o quanto o terreno está preservado, não é mesmo?
Aliás, vale registrar que pretendo usar ao máximo especies nativas, só vou introduzir aquelas indispensáveis ao dia a dia, como limão, acerola, maracujá, uns dois pés de manga, enfim, mas pretendo fazê-lo numa Mandala. E vou colocar os links, depois, para o projeto da Agencia Mandalla, é muito bonito, chega a emocionar a gente. Também do IDER, do Ceará, que tem um projeto maravilhoso de fogão a lenha ecológico. Do Ecofogão, em Minas, que já faz um com serpentina para aquecer água e cujo consumo de madeira é de 2kg por hora apenas, com uma boca pequena, possibilitando que v. use aparas de poda, sobras de obra. E claro, uso racional e plantio para zerar sua emissão de gás carbônico têm que estar na sua agenda. E não poderão faltar os links para os sites do pessoal da Permacultura, aqui da região.
Até a próxima
Tânia Aguiar
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